
Aos Governos do mundo: Protejam o nosso clima - Salvem a Amazônia!
A Amazônia está ameaçada, e contudo, seu papel é crucial para a humanidade, a biodiversidade e o clima global. Na Conferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP 30), que este ano vai ocorrer no Brasil, os governos precisarão agir. É preciso que eles protejam as florestas originárias e tomem medidas para amenizar a crise climática.
Para: Sra. Presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, Comissão Europeia, Deputados e deputadas do Parlamento Europeu, Governos dos estados-membros da UE.
“Leis de proteção ambiental são urgentemente necessárias. Elas não podem ser podadas, pelo contrário: elas precisam ser aperfeiçoadas, tornando-se mais rígidas.”Na Amazônia brasileira, terá lugar, em meados de novembro, a Conferência Mundial do Clima (COP 30). Chefes de Estado, delegações de governos, de empresários e de cientistas vão negociair sobre a proteção do clima, em Belém.
Associações indígenas e organizações ambientalistas e de defesa dos direitos humanos uniram-se para promover a Cúpula dos Povos, e assim, fazerem-se ouvir. O auge da Cúpula vai ser em um protesto que vai ocorrer em Belém, no dia 15 de novembro. A nossa associação vai estar presente, acompanhada de parceiros locais.
Isso porque as florestas tropicais são decisivas para a humanidade, a biodiversidade e o clima global. A Amazônia, com seus 6 milhões de km2, compreende a maior região de floresta tropical da Terra - isto é maior que a área de todos países-membros da União Europeia, em conjunto.
É da gigantesca cobertura de folhas da floresta que se evaporam, constantemente, colossais quantidades de água, das quais surgem nuvens de chuva. E é assim que a Amazônia ajuda a estabilizar o ciclo da água global e o clima.
Ao mesmo tempo, a Amazônia é o foco global da destruição das florestas, da liquidação das espécies, da vulnerabilidade da natureza e dos direitos humanos.
O lar de centenas de povos indígenas está ameaçado: A indústria agrária e madeireira, bem como a mineração, destroem a natureza e as condições de vida das pessoas que lá vivem. Lá, o que impera é uma imensa desigualdade social, violência e abuso de poder.
A Amazônia está sendo conduzida para o ponto de não-retorno. A máquina de chuva da América do Sul pode colapsar - o que teria consequências globais para nós todos. Não podemos deixar que a situação chegue a esse ponto de não retorno!
Na COP 30, no Brasil, é preciso que os governos tomem medidas que se contraponham à crise climática global, bem como protejam as florestas tropicais. Queremos soluções verdadeiras e justas. Por favor, apoie, com a sua assinatura, as reivindicações da Cúpula dos Povos .
Para: Sra. Presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, Comissão Europeia, Deputados e deputadas do Parlamento Europeu, Governos dos estados-membros da UE.
Exma. Senhora von der Leyen, Exmos. Senhores Comissários e Comissárias, Exmas. Senhoras e Senhores dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia.
Estou profundamente preocupada com as intenções da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu e dos governos dos Estados-Membros de podar a legislação de proteção do meio-ambiente e da natureza na União Europeia, promovendo a desregulação.
A nossa saúde e o nosso futuro dependem de um meio-ambiente limpo e de uma natureza viva. Regras legais para sua proteção, em consequência, não são um peso, ao contrário, são estritamente necessárias. Nós todos e as gerações futuras precisamos de ar e água limpos, alimentos seguros e uma natureza intacta.
A legislação ambiental da UE já ajudou bastante a melhorar a qualidade da água e do ar na Europa. No entanto, ainda há muito a se fazer. A perda de natureza e dos habitats, a dramática redução da biodiverdade e a crise climática precisam ser urgentemente combatidas!
Por isso, reivindico da UE, expressamente, que ela se concentre na completa implementação das leis de proteção e recuperação da natureza, das águas e do ar.
As florestas da Terra precisam ser conservadas. Como consumidora, eu não quero comprar produtos que estejam relacionados ao desmatamento global. Regras como as contidas no Regulamento Europeu de Proteção à Natureza (EUDR) são, por causa disso, decisivos e precisam ser implementados agora. A economia teve três anos para se preparar para a entrada em vigor desse regulamento.
O bem estar das futuras gerações e o nosso, bem como do nosso planeta, estão acima dos interesses econômicos de indivíduos.
Cordialmente
O ponto de partida: Por que a biodiversidade é tão importante?
Biodiversidade compreende três campos estreitamente ligados entre si: a diversidade das espécies, a diversidade genética dentro das espécies e a diversidade dos ecossistemas, como por exemplo, florestas ou mares. Cada espécie é parte de uma rede de conexões altamente complexa. Quando uma espécie é extinta, essa extinção tem repercussão sobre outras espécies e outros ecossistemas.
Globalmente, até hoje já foram descritas dois milhões de espécies, especialistas avaliam o número como amplamente maior. Florestas tropicais e recifes de corais pertencem aos ecossistemas com a mais alta biodiversidade e complexidade de organização da Terra. Cerca da metade de todas as espécies de animais e plantas vivem nas florestas tropicais.
A diversidade biológica é, em si, digna de proteção, além de ser para nós, condição de vida. Diariamente, fazemos uso de alimentos, água potável, medicamentos, energia, roupas ou materiais de construção. Ecossistemas intactos asseguram a polinização das plantas e a fertilidade do solo, protegendo-nos de catástrofes ambientais como enchentes ou deslizamentos de terra, limpam água e ar e armazenam gás carbônico (CO2), o qual torna o clima mais hostil nos níveis atualmente encontrados.
A natureza é também a casa e ao mesmo, lugar espiritual de muitos povos originários da floresta. Estes são os melhores protetores da floresta, porquanto é especialmente em ecossistemas intactos que se encontra a base para a vida de muitas comunidades indígenas.
A conexão existente entre destruição da natureza e surgimento de pandemias é conhecida de há muito, não tendo surgido pela primeira vez com o coronavírus. Uma natureza intacta e com bastante diversidade protege-nos de doenças e de outras pandemias.
Para saber mais sobre esta conexão, pode clicar nos link abaixo:
Os efeitos: extinção de espécies, fome e crise climática
O estado da natureza vem piorando dramaticamente, em escala global. Cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de serem extintas, já nas próximas décadas. Atualmente, 37.400 plantas e animais estão na lista vermelha da organização de proteção ambiental IUCN como espécies ameaçadas de extinção – um tristíssimo recorde! Especialistas chegam a dizer que se trata da sexta maior mortandade de espécies da história da Terra – a velocidade da extinção global das espécies aumentou cem vezes nos últimos dez milhões de anos, e isso por causa da influência humana no meio-ambiente.
Também numerosos ecossistemas, em todo o globo – sendo 75% ecossistemas terrestres e 66% marinhos – estão ameaçados. Somente 3% deles estão ecologicamente intactos, como, por exemplo, partes da bacia amazônica e da bacia do Congo. Especialmente afetados são ecossistemas ricos em biodiversidade, como florestas tropicais e recifes de corais. Cerca de 50% de todas as florestas tropicais foram destruídas nos últimos 30 anos. A extinção dos corais aumenta constantemente com o avançar do aquecimento global.
As principais causas para a grave diminuição da biodiversidade são a destruição de habitats, a agricultura intensiva, a pesca predatória, a caça ilegal e o aquecimento global. Cerca de 500 (quinhentos) bilhões de dólares americanos são investidos por ano, globalmente, na destruição da natureza, da seguinte forma: exploração de pecuária intensiva, subvenções para exploração de petróleo e carvão, desmatamento e impermeabilização do solo.
A perda de biodiversidade tem consequências sociais e econômicas extensas, pois a exploração dos recursos é feita em detrimento dos interesses de milhões de pessoas do Sul Global. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável almejados pela ONU – como, por exemplo, o combate à fome e à pobreza - somente poderão ser alcançados se a biodiversidade for mantida em escala global e utilizada sustentavelmente para as próximas gerações.
Sem a conservação da biodiversidade, a proteção do clima também fica ameaçada. A destruição de florestas e pântanos – eis que ambos são redutores de gás carbônico – agrava a crise climática.
A solução: menos é mais!
Os recursos naturais da Terra não estão ilimitadamente à nossa disposição. Praticamente, consumimos recursos no volume correspondente a duas Terras e se mantivermos essa velocidade de consumo, até 2050, consumiremos, no mínimo, recursos no volume de 3 (três) planetas Terra. Para lutar pela conservação da diversidade biológica como nossa condição de vida, precisamos aumentar mais ainda a pressão sobre os nossos governantes. E mesmo no nosso simples cotidiano, podemos agir contribuindo para mudar da coisa.
Com estas dicas para o dia-a-dia, nós protegemos o meio-ambiente:
- Comer plantas com mais frequência: mais legumes e “queijo” de soja (tofu) e menos ou nada de carne no prato! Cerca de 80% das áreas agrárias, em escala global, são usadas para pecuária intensiva e para o cultivo de ração animal;
- Alimentos regionais e orgânicos:mantimentos produzidos ecologicamente dispensam o cultivo de monoculturas gigantes e o uso de pesticidas. E a compra de produtos locais economiza uma enorme quantidade de energia;
- Viver com consciência: Será que é preciso mesmo comprar ainda mais roupas, ou um celular novo? Ou será que, para coisas do cotidiano, dá para comprar coisas já usadas? Existem boas alternativas para produtos com óleo de palma ou para a madeira tropical! Ter, como bicho de estimação, animais selvagens tropicais como papagaios ou répteis é tabu total! Outra coisa útil é calcular o seu dispêndio pessoal de recursos naturais (a chamada “pegada ecológica”);
- Ter relações amistosas com as abelhas: você pode proporcionar uma alegria para abelhas e outros insetos, plantando espécies diferenciadas e saborosas na sacada do seu apartamento ou no quintal da sua casa. Também dá para colaborar sem plantar o verde na própria casa, participando de projetos de proteção à natureza na sua região;
- Apoiar protestos: manifestações ou petições contra o aquecimento global ou para uma revolução agrária faz pressão nos governantes, que também são responsáveis pela proteção da biodiversidade.
Leia aqui porque tantas espécies são extintas antes de serem descobertas
Homepage da Cúpula dos Povos
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