Criação de animais em massa
Frango de churrasco, bife e feijoada – os nossos pratos contêm cada vez mais carne. Nem só os animais, que são engordados e abatidos em gaiolas demasiado estreitas dentro de usinas enormes, sofrem com isso. A nossa fome de carne também destrói a floresta tropical: plantações de soja para a produção de forragem cobrem vastas áreas da América do Sul e pastagens de gado substituem cada vez mais áreas de floresta tropical. Quais são as consequências para a natureza e o clima? Como podemos resolver o problema?
Informa-se em cinco minutos – vaca devora floresta tropical
A situação – fome de carne
As pessoas no mundo comem cada vez mais carne: entre 2010 e 2012, cada brasileiro consumiu 29,3 kg de carne de vaca, 11,1 kg de porco e 41,5 kg de aves – no total 82 kg de carne por pessoa – igual à média dos cidadãos da União Europeia (2010).
No economia brasileira, a criação de animais joga um papel muito importante: a empresa JBS é a maior produtora de carne de vaca do mundo, desde 2013 também o maior produtor de carne de frango. Na produção da JBS, 85 mil vacas, 70 mil porcos e 12 milhões são abatidos todos os dias!
As consequências – desmatamento, monoculturas, mudança do clima
Um grave problema na produção de carne em massa são as terras férteis necessárias para o cultivo de forragem com componentes proteicos: um terço da superfície agrícola do mundo é usado para o cultivo de forragem animal. Dentro das plantas energéticas cultivadas para isso, a soja joga um papel decisivo. Grande parte do consumo de soja para a criação de animais vem da Argentina e do Brasil. Para o cultivo, florestas tropicais e a vegetação do Cerrado são destruídas. Muitas vezes, a população local é expulsa. Quem fica, corre o risco de adoecer: três quartos da soja cultivada na América do Sul tem sido geneticamente modificada e é vendida pela corporação agroindustrial Monsanto. Nas monoculturas usa-se o pesticida glifosato. A substância tóxica é suspeita de causar tumores e danos no patrimônio hereditário dos seres humanos.
Mais um problema são as pastagens de gado, para as quais cada vez mais áreas florestais são desmatadas. Quando se juntam as pastagens com as áreas agrícolas para a forragem animal, constituem dois terços de todas as terras férteis do mundo. As consequências para o clima global são desastrosas: metano saindo dos estômagos das vacas, emissões de CO2 através do desmatamento e do uso de máquinas, a libertação de óxido nitroso nos fertilizantes: a nível mundial, 18 por cento das emissões de gases com efeito de estufa são causadas pela criação de animais.
A solução – força vegetal e carne nos domingos
O futuro das florestas tropicais também é decidido nos nossos pratos: os produtos animais na nossa dieta importam em 72 por cento das emissões de gases com efeito de estufa relacionadas à alimentação. Em comparação com alimentos vegetais, precisa-se uma área várias vezes superior para a produção deles.
Essas dicas ajudam a proteger a população mundial, a natureza e o clima:
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Mais produtos vegetais: seitan, tofu e leite de amêndoa – hoje em dia, a maioria dos supermercados vende alternativas gostosas e nutritivas aos produtos animais.
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Voltar à premissa “carne nos domingos”: quem não quer deixar a carne completamente pode reduzir o seu consumo e abdicar de produtos da criação de animais em massa.
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Não tenha medo de soja: somente dois por cento da colheita de soja são transformados em tofu e outros produtos vegetais. Porém, é bom verificar se a soja não é geneticamente modificada.
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Protestos eficazes: em manifestações como a “marcha contra Monsanto” dezenas de milhares de pessoas lutam por uma agricultura e pecuária saudável e compatível com o bem-estar animal, humano e com o clima e exercem pressão sobre os políticos. Para períodos sem manifestações, petições on-line e cartas aos representantes políticos são uma boa alternativa.
A sua assinatura pode ajudar a proteger as florestas tropicais! As nossas petições on-line viram-se contra projetos desastrosos e chamam os responsáveis pelos nomes. Juntos somos mais fortes!
A UE tem de proteger as florestas e não ceder a pressões de desmatadores
A UE quer proteger melhor as florestas e, a partir de 2025, proibir a importação de coisas produzidas em áreas desmatadas. No entanto, setores da economia e da política estão fazendo oposição intensa. Enquanto isso, na Amazônia, as florestas continuam queimando por toda a parte, para, assim, dar lugar a mais pastos bovinos e soja.
Mais informaçõesPara: Comissão Europeia, Parlamento Europeu, Conselho da União Européia e Governos dos Estados-Membros da União Europeia
“Lobistas estão a cair matando contra a aplicação do novo Regulamento Antidesflorestação a partir de 2025. Por favor, reclame da UE que ela não desista.”